04 junho 2007

O Dia do Ataque Vociferante das Vacinas Mázonas


A tua mãe saiu de casa já a manhã ia longa. O sol brilhava. Nada fazia prever o que aí vinha... Tu bem soergueste a sobrancelha. Havia ali algo de estranho. Mimos a mais nunca são bom sinal - ou arrependimento por alguma falha, ou alguma tempestade que lá vem ao longe...
Ainda assim, resolveste confiar.

Chegados a alguns metros da clínica, caiste no sono. Bolas! Aquela tremideira do carro é sempre implacável. Um golpe baixo e miserável! Nenhum bebé aguenta - Ah, crueldade. Foste levado sobre rodas para a vil e agreste tortura. Mas darias o teu troco, aos infames!

Minutos depois, olhos sobre o teu ninho azul e fofo. Muitos olhos. E até aí não suspeitaste. Afinal, quando se é uma beldade, tem que se estar habituado a estas coisas. Achaste estranho que desta feita não te fizessem estar tanto tempo à espera, mas presumiste que estariam apenas a primar-te pelo teu bom nome e valor. Sabes agora que devias ter desconfiado, pois quando um ataque está bem planeado, logo dá sinais de si. Se fosse agora...

Meteram-te assim num ápice no fundo covil. Estava gélido. Disseram-te que era do Ar Condicionado, mas nada disso! Eram aqueles corações frios que nunca serão capazes de aquecer uma divisão por mais pequena que seja. Vilões! Bandidos! Bata branca vestida e sorriso falso! Ah, vilipendiaram-te! Calças fora e logo iniciaram baboseiras que não mais te enganarão. Por essa altura, já sabias que o combate estava perto. O desembainhar das espadas cintilou como mil cristais a despedaçarem-se num chão de mármore vasto e frio de um castelo vazio. O eco, fundo e infinito, fez prolongar ainda mais aquele fatal momento.

Da ponta da arma assassina jorraram então gotas de um viscoso ácido atroz. Ali estava a hora! Queriam desfazer-te em mil pedaços. A tortura! A miserável e hedionda tortura! Alguma coisa tinhas que eles queriam, mas fosse o que fosse, não trairias ninguém. Se a queriam, que lutassem, pois também tu darias o troco!

E foi então, de punhos bem fechados e ao pontapé, que a batalha começou.

Acertaram-te logo numa perna. Injustiça! Que não se pode estar de igual para igual quando alguém nos agarra! Ainda assim, ripostaste com um malévolo pum! Seguiu-se uma fralda bem cheia que logo intempestivamente empestou a sala e fez tremer as malévolas criaturas. Mas logo ripostaram. Danadas! Frias e calculistas vacinas mázonas! Voltaram-te do avesso e nada pudeste fazer senão aguentar firme uma segunda picada infame. À terceira, poderosa e insuportavelmente dolorosa, ergueste bem alto o teu grito guerreiro. Parariam pois ao teu ulular poderoso, ao rugido heróico que já tantas vezes houvera afastado tantos e tão maus vilões.

A ameaça pareceu surtir efeito.

As vis e horrendas criaturas refrearam-se. Gemidos e mimices começaram-se a fazer ouvir. Eram preces. Preces de compaixão e perdão. O arrependimento de quem agora percebia com quem se estava a meter e temia pela sua própria vida. Mas tu não cedeste, e rugiste mais alto. Logo a porta se abriu e novas vozes meigas e afáveis te vieram reconfortar. A batalha estava ganha.

Começaste então a embainhar as armas. Afinal, para quê gastar desaproveitadamente mais energias? Durante o resto do dia ainda tiveste que aturar mais mimices e oferendas estranhas (uma das quais um foguete branco que acharam só poderias aceitar no rabiosque). Duvidaste um pouco, mas o transe que se lhe seguiu acabou por revelar-se até algo calmante.

E assim, uma vez mais, provaste o teu valor e demonstraste ao mundo das malévolas criaturas vacinentas com quem se metem quando se metem contigo.

Até à próxima, vacinas malvadonas!
Novas batalhas travaremos!
Acautelai-vos!

2 comments on "O Dia do Ataque Vociferante das Vacinas Mázonas"

Sónia e MI on terça-feira, junho 05, 2007 9:49:00 da manhã disse...

Adorei este post.
PARABÉNS! Nunca tinha lido nada assim , sobre as vacinas de forma tão deliciosa!

Mãe on quinta-feira, junho 14, 2007 4:18:00 da tarde disse...

Está absolutamente fantástico este post. Uma história linda e muito divertida que poderás ler em breve ao guerreiro Martim!!!
Bjs, amei matar saudades vossas
Marta

 

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