A paternidade tem as suas particularidades. E se a segunda repete as da primeira, por outro lado leva-nos a explorar novas ideias e reflexões.
Uma delas é o tempo.
O tempo começa a tornar-se uma coisa meio... esquisita.
Ainda não contamos o tempo porque, afinal, ainda somos novos e o tempo é um bem que ainda não escassa. Mas de súbito recuperamos temas como “o que irão os nossos filhos ouvir daqui a uns anos?”. Sabemos que a moda e a música se regem por movimentos cíclicos e aguardamos que o grunge-rock da nossa adolescência se revitalize.
E afinal: a adolescência está ainda ali atrás. Foi há pouquíssimo tempo. E pérolas como estas dos Smashing Pumpkins estão na memória de todos.
Ou não.
Afinal, já lá vão... 15 anos! E nisto, vamos perguntando a uns quantos: “Ainda te lembras?”. E é aqui que nos damos conta de que há muita gente que nem sequer conheceu isto. Não ouviu. Não sabe o que é.
É aqui que o tempo pára. Nesse instante damo-nos conta de que afinal o tempo passou. E depressa. E daqui a nada estaremos a mostrar isto aos nossos filhos. E eles terão milhares de músicas por um custo reduzidíssimo para ouvir. E não terão tempo para descobrir mais nada. Menos ainda de coisas que já lá vão. E o tempo passado, esse, que serve de lastro à compreensão do presente, ficará cada vez mais difícil de consultar.
12 setembro 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comments on "A Música, o Tempo, a Paternidade"
:)))
Por vezes dou comigo a ter esse mesmo tipo de pensamentos.
É sempre bom recordar e/ou dar a conhecer o que para nós teve e ainda tem significado.
beijinhos.
Ainda ontem falava nisto...
Beijos
Enviar um comentário