12 abril 2009

Esforço no Trabalho


De que serve o esforço extra no trabalho?

E a partir daqui dou por mim a entrar num sermão que se augura tremendamente chato, quiçá a falar convosco daqui a uns 20 anos, já então com mais 20 anos no pêlo de experiência laboral (espero!).

Se tal sermão fosse agora, que vos poderia dizer eu, meus príncipes?

O esforço deve ser sobretudo sentido. Acho que essa deve ser a condição essencial. Devemos fazer um esforço extra porque devemos acreditar que o nosso esforço compensa, para nós e para a empresa, grupo ou projecto onde trabalhamos. Mas também não devemos ser igualmente ingénuos. E se sabemos que o nosso esforço extra não serve qualquer propósito para o nosso emprego, porquê mantê-lo?

Isto faz mais sentido não quando se tem 20 anos e se está no primeiro emprego a part-time para pagar as férias, obviamente. Mas sobretudo quando temos filhos e chegamos a casa às 8 da noite e temos 45 minutos para estar convosco, estas coisas começam a doer...

O trabalho começa mais a ser visto como um espaço de empreendedorismo. E a verdade é que nem todos podemos ser jovesn empreendedores. Alguns de nós, pais, simplesmente não têm espaço para tal nas suas empresas. Ou porque estas não querem que os seus empregados sejam melhores mas façam simplesmente o que lhes é pedido, ou porque simplesmente não há sequer espaço.

E para ambas as hipóteses a solução é a mesma:
- dedicar-se com respeito e isenção de forma integral ao trabalho, mas reservar o esforço extra para carregar os filhos ao colo, às cavalitas, no parque ou a aprender a tabuada. Ou isso, ou procurar noutra empresa espaço para crescer, um lugar e pessoas de verdade e que saibam pelo menos recompensar o tempo que roubamos aos nossos filhos de forma, eu direi mesmo, exemplar.

Não há nada de mais violento do que o tempo com os nossos filhos que a eles lhes tiramos. Trouxe-mo-los a este mundo. E sobretudo até serem mais crescidotes, a nossa missão é educá-los, dar-lhes um futuro, transmitir-lhes os melhores valores, mimá-los, amá-los. Fazer isto sem passar algum bom tempo com eles só pode ser brincadeira.

Mas não creio que muitos chefes e gestores queiram saber disto.
O nosso esforço extra vai indo.
O retorno que o compense e sobretudo compense o tempo que retirámos aos nossos filhos, para lhes podermos pagar uma escola melhor, mais livros, um professor de música ou de pintura, tudo isso vai sendo miragem. E pior: de súbito o esforço extra passou a ser considerado o esforço normal, que sob pena nenhuma deve ser baixado.

E explicar-vos isto, meus filhos?
Muito difícil...

Quem sabe, daqui a 20 anos, este país seja melhor gerido nas suas empresas e nada disto faça mais sentido senão como uma má memória do passado.

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