30 março 2008

PARABÉÉÉÉÉÉNS!!!!!!


1 ano.
Pôxa, filho...
1 ano!

E como tanta coisa mudou em 1 ano! Como tanto do mundo eu redescobri. Como eu pensava que sabia de tanta coisa, e afinal de tanta coisa eu sabia tão pouco. Como tu nasceste. Como tu cresceste...
Caramba, como tu cresceste!

Num ano a Terra rodopiou sobre si mesma e deu mais uma volta em torno do Sol.
Tu não viste. Nem eu, que as horas voaram e quando eu e a mummy olhámos de novo o relógio -- puf! -- tinham passado 365 dias! Xiii... Foi ontem que estávamos tão ansiosos por te ver, por te descobrir carne na carne, pele com pele, os olhos nos olhos. Passou tudo tão depressa. Mas ao mesmo tempo, nunca um ano foi tão imensamente, tremendamente e opulentamente rico, farto, cheio, intenso, único, especial, mágico!

Desde o ano em que pelo destino reencontrei a tua mãe que não vivia dias tão preenchidos, tão repletos de sustos e surpresas, repletos de sonhos e receios, dias queridamente desejados para viver juntos.

Foram estes os dias meigamente passados na serena tranquilidade das coisas simples, dessas que fomos fazendo aqui em casa, na rua, junto de amigos, dos avós, tios, padrinhos... Coisas tão normais e banais e que eu tenho a certeza daqui a alguns anos olharei para trás com a maior saudade, tendo a absoluta certeza de que foi neste ano que, uma vez mais, experenciei a felicidade, lhe toquei não ao de leve mas fundo no quente da carne das mãos, apertando-as às minhas com a força de mil explosões de estrelas do universo.

Creio que quando se é mãe, e se é pai, aí verdadeiramente nos sentimos vivos; talvez até pela constante eminência da tragédia a cada esquina como também pelo limiar da doçura da felicidade que nos transborda. Cada experiência nova que vivemos com os nossos filhos deixa-nos êxtasiados. E cada nova etapa é iniciada com tanto de receio como de ansiedade.

Tal como já te escrevi, filhão, ser pai é reaprender a ser. Ser. Ser assim mesmo, do verbo "Ser". Ser-se. A si, a ti, aos outros. Damos por nós a viver de uma forma que aparentemente em nada é diferente. Mas vamos notando diferenças. Aqui e ali. Achamos que mudámos, mas não assim tanto. E de repente, passados estes 12 meses, olhamos para trás e damo-nos conta de que sim, mudámos, e como! Somos diferentes. Não foi o rio que passou por nós. Fomos nós que num ano inteiro deslizámos muito mais depressa que a corrente e descemos o vale até muito mais longe do que alguma vez fôramos.

Mudámos.
Oh, se mudámos!
Uns de nós mais pacientes aqui, outros menos tolerantes ali.
Mas todos, para um lado ou outro, mudámos.

Poderíamos, e certamente teríamos, mudado de qualquer forma. Mas não assim, não desta forma, DESTA forma que só os pais se dão conta quando recuam um passo atrás e, em pleno aniversário, olham o seu filho em plena alegria a celebrar o seu primeiro aniversário e notam, com a luz do dia mais claro, que a Vida irradia muito mais sentido quando se está assim, em pleno risco, em pleno abismo, em plena construção, em plena reconstrução, nesse dá-e-recebe de quem quase tudo depende de nós, nesse observa-e-ajuda de quem nos é tudo.

É precisamente esse valor incalculável dos nossos filhos, de ti, filhão, que é tão difícil alhear. É tomarmos consciência de que, por mais que queiramos, chegará o dia em que deixarás de ser 'nosso'. Aliás, é precisamente perceber que somos nós, eu e a mummy, muito maus 'teus' do que o inverso.

Talvez este primeiro ano seja mesmo isso, essa aprendizagem de como precisas de tanto carinho e tanto mimo, e contudo nada mais é do que uma breve passagem, uma passagem de alguns anos que num sopro passará depressa e tão rápido.

O primeiro ano, entre milhares de tantas outras coisas, acho que mais do que qualquer outro (talvez até pela velocidade com que mudas e cresces e te transformas) creio que é o ano em que nos damos conta de que temos mesmo que aproveitar o Tempo, porque esse, sem sombra de qualquer dúvida, esvai-se, esfuma-se, desvanece-se.

E que ano! E que Tempo! Que momentos irrepetíveis, inigualáveis e únicos todos nós, pais, temos a fortuna de poder viver na pele e na alma e no coração neste primeiro ano, o ano de todas as descobertas.

Tuas.
Como nossas.

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