22 março 2006

Dias difíceis


a consulta com a ginecologista correu bem. segundo ela, e segundo os milhentos sites e fóruns consultados, cerca de 30% das gravidezes (credo, é mesmo assim que se escreve) acabam em aborto. Pelos vistos, e cruzando informação com a de outra ginecologista, o que aconteceu foi que se deu uma espécie de ovo-branco, um pequenino embrião que logo foi rejeitado pelo corpo mas que este, apesar de tudo, continuou a desenvolver no entretanto o saco e cordão umbilical; daí não se ver, nunca, nas ecograficas, sinal de embrião...

a tua mãe ficou menos devassada, sabendo por isso que já não estavas ali, dentro dela, dentro da barriga dela, paradinho, à espera de alguém a expulsar-te. Em vez disso, já te foste embora há bastante tempo. Agora é deixar os comprimidos actuarem, aguentar as enormes dores e esperar que o corpo, por si, expulse tudo de forma natural, para evitar a raspagem.

o mais curioso é que, agora que tivemos de contar o sucedido às pessoas que já sabiam da tua chegada, muitas vieram revelar que passaram por semelhantes casos. Abortos retidos, abortos espontâneos e demais casos, com maior ou menor gravidade, alguns até com risco de vida para a própria mãe pelo meio, todos surgiram, como nascidos de súbito de uma caixa fechada por chaves tabu que ninguém gosta ou quer revelar, lembrar, partilhar, senão quando outra pessoa, próxima, passa pelo mesmo.

São muitas, portanto, as histórias traumáticas, de lágrimas, suor e uma vontade enorme de deixar tudo para trás e esquecer, esquecer, esquecer...

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